segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Lenda Marataíses


Livro produzido pelas alunas Adriana Isidório, Andreia Costa, Letícia Amorim e Maria Aparecida Stelzer, a partir da releitura da lenda Marataíses proposta pela professora Meri Nadia Marques Gerlin que ministra a disciplina Ação Cultural, do curso de Biblioteconomia, da Universidade Federal do Espírito Santo.

Marataíses

Ao sul do Espírito Santo, encontra-se a cidade de Marataízes, tendo ao norte e a oeste a cidade de Itapemirim, ao sul Presidente Kennedy e a leste o Oceano Atlântico.

Conhecida como a pérola do sul capixaba, Marataízes, possui belas praias, lagoas e ilhas. Possui também ricas tradições como, comidas típicas e lugares históricos sempre visitados pelos turistas.

A cidade guarda muitas riquezas em sua história, entre elas a lenda que conta a origem de seu nome.

Diz a lenda, que na cidade, viviam índios da tribo dos goitacás e dentre as jovens e fortes índias da tribo, existia uma que tinha muita beleza.

Com sua voz suave, cantava, à tarde, no ritmo das ondas para que todos da tribo repousassem ao som da sua bela voz.

Era filha de pajé da tribo e estava noiva de um valente guerreiro.
Seu nome era ISIS.

Interessados em comercializar com o litoral e procurar ouro em terras capixabas, chegaram ao Espírito Santo, viajantes vindo de Minas Gerais e do Rio de Janeiro.

Quando chegaram foram atacados, em Castelo, pelos índios da tribo puri, e por isso foram para o litoral.

Os homens brancos ficaram encantados pela beleza das índias goitacás.

A voz e a beleza de ISIS chamaram a atenção de um viajante que havia sido feito prisioneiro, e que tinha conseguido ser libertado dando de presente aos índios, colares, espelhos, canivetes e outros objetos.

O viajante passou a viver com os índios na tribo, preso a beleza de ISIS, esquecendo de seus planos de comércio.

Mas ISIS resistiu ao cortejo do viajante, pois tinha um compromisso com o valente guerreiro.

Rejeitado por ISIS, o viajante ficou com raiva, e enlouquecido de amor planejou um ataque para tirar a vida da bela índia. Ficando escondido, o viajante esperou ISIS, que sempre caminhava pela praia.

Mas muito esperta e acostumada com a vida na natureza, a índia percebeu que estava sendo seguida e começou a correr. Tomada pelo medo, ISIS tropeçou e caiu, batendo a cabeça em uma pedra.

Achando que sua amada havia morrido o homem branco, enlouquecido, desapareceu no mar.

Quando à tarde, a tribo se reuniu para ouvir ISIS cantar, notaram sua ausência e saíram a sua procura. Ao encontrá-la todos pensaram que ela havia morrido, mas ela apenas desmaiara.

Na praia que tanto amava, ISIS se casou com seu valente guerreiro, ao som de cantos alegres, que o mar levava para longe...

E dizem que a noite um vulto de um homem branco anda pela praia cantando sua dor:
Mar – ata – Isis”

O tempo passou e o povoado de desenvolveu, os índios foram para o interior, mas deixaram como sugestão um nome que reforça a beleza do local:


MARATAÍZES


Referência
NOVAES, Maria Stella de.Lendas capixabas. São Paulo: FTD, 1968. 162 p.









8 comentários:

  1. Segundo Barros (2003, cap. 5, p. 70) “[...] a cultura depende de um fluxo contínuo de informação que a alimente e permita que a herança cultural não se perca, mesmo sendo constantemente modificada [...]“. Partindo deste princípio, nos foi proposto pela professora de Meri Nadia, da disciplina de Ação Cultural, que trabalhássemos com uma lenda do folclore capixaba. A proposta era que produzíssemos um produto cultural, a nossa escolha, já que um agente cultural, segundo Teixeira Coelho Neto (2006), não cria, e sim cria oportunidades para os outros criarem.

    Coube ao nosso grupo trabalhar com a lenda Marataíses. Decidimos como nosso público-alvo crianças de séries iniciais do ensino fundamental, ou seja, crianças de 6 a 10 anos. Com o público-alvo definido, tínhamos que decidir com qual produto iríamos trabalhar, e depois de pensarmos em diversas possibilidades, optamos por confeccionar um livro infantil com uma releitura da lenda. Nosso objetivo com o livro é levar aos alunos o conhecimento de uma lenda do folclore capixaba, assegurando assim a continuidade da herança cultural de nosso estado.

    Fizemos algumas mudanças na lenda, como, por exemplo, a forma como a índia Isis morre, adaptamos a linguagem da lenda para que ocorra um melhor entendimento do texto pelas crianças e como “[...] é necessário conhecer cientificamente o usuário e a comunidade para melhor e mais racionalmente planejar [...], os recursos, os serviços e produtos informacionais em função dos primeiros. [...]” (BARROS, 2003, cap. 5, p. 70), pedimos para minha filha, de 12 anos, que lesse a lenda para fazer uma avaliação do texto, e a primeira coisa que ela falou foi que: “fosse eu vocês mudava o final, pois criança não gosta de final triste!”. Resolvemos fazer outro final, que ela gostou muito.

    Segundo Flusser (1983, p. 156 apud BARROS, cap. 7, 2003, p. 83) uma “[...] ação cultural libertadora, articula-se em torno de três problemas: a invenção, a formulação e a criação. [...]”. Já tínhamos inventado, formulado, faltava criar o livro, e o próximo passo era confeccionar o livro propriamente dito, e coube a mim fazer o livro, pois tenho um pouco de experiência em encadernação. Fazendo uma pesquisa na Biblioteca Central da Ufes, descobri o livro “Artes plumárias e máscaras de dança de índios do Brasil”, de Noemia Mourão, de 1971, foi paixão a primeira virada de página. Fotografei os desenhos maravilhosos do livro, as outras componentes do grupo concordaram em usarmos os desenhos.

    Para finalizar o projeto, a professora nos propôs a criação de um blog para postagem de nosso produto cultural, pois a internet tem se mostrado um meio facilitador para a disseminação da informação e da cultural junto ao usuário final. A internet e todos os seus desdobramentos, “[...] são ferramentas que o profissional da informação pode criar e gerir, proporcionando ambientes capazes de motivar a criação de novos conhecimentos culturais, através da interação e compartilhamento entre os usuários.” (ROSA, 2009, p. 373).

    Foi uma experiência maravilhosa participar de uma ação cultural, pois segundo Cunha (2007), para reconhecermos a importância da prática do trabalho é necessário entender a ideia de se aprender fazendo e também entender a relação que se faz através do aprendizado com a formação e atuação profissional. Dessa forma nos foi possível compreender que a finalidade de uma ação cultural é “[...] desenvolver o processo de criação, favorecendo meios para que os indivíduos sejam criadores e façam suas próprias escolhas, ou seja, tenham autonomia no desenvolvimento de novos conhecimentos. [...]” (ROSA, 2009, p. 374)

    Maria Aparecida Stelzer Lozório

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    1. Referências do texto de Maria Aparecida Stelzer Lozório

      Referências:

      BARROS, Maria Helena T. C. Disseminação da informação e cultura na biblioteca pública. In: Disseminação da informação: entre a teoria e a prática. Marília: s.n., 2003, cap. 5.

      ______. Ação cultural e disseminação da informação. In: Disseminação da informação: entre a teoria e a prática. Marília: s.n., 2003, cap. 7.

      COELHO NETO, José Teixeira. O que é ação cultural. São Paulo: Brasiliense, 2002.

      CUNHA, Maria Helena. Gestão cultural: construindo uma identidade profissional. In: Encontro de estudos multidisciplinares em cultura - ENECULT, 3., 2007, Salvador, BA, Anais eletrônicos...Salvador, BA: UFBA, 2007. Disponível em: http://www.cult.ufba.br/enecult2007/MariaHelenaCunha.pdf. Acesso em: 13 out. 2012.

      ROSA, Anelise Jesus Silva da. A prática de ação cultural em bibliotecas. Revista ACB, 2009, v. 14, n. 2. Disponível em: http://www.sumarios.org/resumo/pr%C3%A1tica-de-a%C3%A7%C3%A3o-cultura-em-bibliotecas. Acesso em: 13 out. 2012.

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  2. Ação cultural em ação
    Foi-nos dado a missão de realizarmos uma ação cultural, como ponto de partida recebemos uma lenda com o propósito de ser feito uma releitura. Pois bem iniciamos então com o nosso projeto.
    O início se deu pela realização de uma releitura da lenda Marataízes e logo após foi proposto a confecção de um produto para apresentação da lenda.
    Segundo Teixeira Coelho,( 2006) “[...] um processo de ação cultural resume-se na criação ou organização das condições necessárias para que as pessoas inventem seus próprios fins e se tornem assim sujeitos – sujeitos da cultura, não seus objetos.” Dessa forma chegamos à conclusão de apresentarmos em formato de um livro infanto- juvenil uma vez que o público alvo era crianças de sete a dez anos.
    Percebemos então a necessidade do agente cultural possuir conhecimentos com fundamentação teórica para que a prática se realize de forma consistente, afirma Teixeira Coelho,( 2006) “[...] colocar a arte a serviço da educação e da formação.”
    Em razão de o púbico alvo ser crianças, pensamos em fazer um livro ilustrado com pouco texto por páginas para que não ficasse cansativo, as folhas internas seria de papel vergê e de capa dura para dar uma sustentabilidade melhor.
    Uma grande oportunidade de colocarmos em prática a nossa aprendizagem em editoração juntamente com ação cultural. Nesse momento é possível verificarmos que cada disciplina está interligada a outra, mesmo que num primeiro momento não pareceria possível.
    Nosso objetivo foi proporcionar as crianças um conhecimento das lendas folclóricas do nosso Estado, estimulando a leitura e o conhecimento de suas raízes culturais. Conforme Teixeira Coelho, 2006 afirma “Na ação, o agente gera um processo, não um objeto.
    Esperamos que esse produto possa de uma forma positiva trazer uma transformação para aqueles que tiverem a oportunidade de utilizá-lo, transformando assim o seu meio. Para Barros, “a ação cultural, além de permitir que o usuário seja o sujeito de suas escolhas culturais, permite-lhes posteriormente satisfazer as necessidades delas decorrentes, por meios livres e criativos.”
    Portanto percebemos que sofremos uma ação cultural ao planejarmos uma ação cultural, pois ela não é um produto, mas sim um processo.

    Andreia Costa da Silva Arcanjo

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    1. Referências do texto de Andreia Costa
      COELHO NETO, José Teixeira. O que é ação cultural. São Paulo: Brasiliense, 2002.

      BARROS, Maria Helena T. C. Disseminação da informação: entre a teoria e a prática. Marília: s.n., 2003.

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  3. Os seminários e o conteúdo da disciplina de Ação Cultural, proporcionaram um vasto conhecimento que foram uteis para a elaboração do trabalho, baseando se nos materiais apresentados, foi possível organizar o tema escolhido em sala onde coube ao grupo escolher como seria a elaboração da ação que contemplasse a lenda de Marataíses.

    Segundo Eagleton (2005) a cultura é transformação. Esta proposição levou o grupo a realizar uma releitura da lenda, visto que o público alvo seria a faixa etária entre 6 e 10 anos de idade, sendo assim foram feitas algumas adaptações na historia, alterando seu enredo original.

    O objetivo da ação é disseminar o folclore capixaba, através da aproximação do público alvo com as lendas, gerando assim a transformação do sujeito e a participação do mesmo na ação.

    Baseando se nesse objetivo o grupo decidiu produzir um livro em que mostrasse todas as alterações referentes à da história, proporcionando um final feliz para a índia Isis, pois para Santos (2006) “Nada do que é cultural pode ser estanque, porque a cultura faz parte de uma realidade onde a mudança é um aspecto fundamental”.

    No primeiro momento, iríamos confeccionar um livro bem artesanal, com desenhos feitos a mão. Achamos que não iria dar tempo, então resolvemos pegar algumas figuras na internet e em livros. Com as figuras em mão, dividimos a lenda em páginas e imprimimos as fotos e a parte escrita. Depois o livro foi costura e colado, para melhor manuseio.

    Essa experiência foi muito gratificante, pois aprendi que não é fácil fazer um produto cultural é muito trabalhoso, porém esse trabalho se for realizado com responsabilidade e amor, se torna prazeroso e inibe as dificuldades existentes.

    Adriana Isidório da Silva Zamite

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    1. Referências do texto de Adriana Isidório da Silva Zamite

      EAGLETON, Terry. A ideia de cultura. SP: UNESPE, 2005.

      SANTOS, J. L. dos. O que é cultura. SP: BRASILIENSE, 2006.

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  5. A realização do trabalho com a lenda capixaba Marataíses colocou-nos na posição de agente de cultura, mas também permitiu que sofrêssemos a ação cultural proposta pela professora Meri Nadia. Assim, foi possível colocar em prática a teoria estudada na disciplina Ação Cultural.

    Foi distribuída uma lenda capixaba para cada grupo a fim de cada um desenvolvesse livremente um produto cultural, pois na ação cultural, segundo Coelho (1989, p. 57), “[...] não se trata de dirigir o processo [...], mas de criar as condições para que as pessoas se dirijam. Trata-se apenas de dar a partida.”.

    Com o objetivo de promover o incentivo a leitura e difundir, entre as crianças, a cultura local a fim de que ela não se perca ao longo das gerações, produzimos um livro infanto-juvenil com a releitura da lenda. Com quantidade reduzida de texto e atrativas ilustrações, o livro tem como público-alvo alunos das séries iniciais do ensino fundamental da rede pública de ensino.

    Além disso, o grupo pôde visualizar as práticas do profissional da informação em mais esse campo de atuação. O bibliotecário deve assumir a postura de um profissional que também é responsável pelo desenvolvimento humano, trazendo atividades que transformem a realidade do indivíduo e incentivem a troca de experiências para o contexto das unidades de informação, contribuindo, assim, para a valorização e desenvolvimento da cultura.

    Para isso, enfim, o bibliotecário precisa destacar algumas características em seu perfil e estar bem qualificado, pois, segundo Costa (2008, p. 13),

    Somente formando profissionais com capacidades de reflexão sobre a sua área é que o campo cultural poderá ter em vista a sua crescente profissionalização e crescimento. Não basta formar pessoas que saibam somente realizar o seu ofício (administrativo), e nada mais. É preciso um agente que possa contribuir para o crescimento cultural, sabendo atuar de forma eficaz no seu campo.

    Letícia de Oliveira Amorim.

    REFERÊNCIAS

    COELHO, Teixeira. O que é ação cultural. São Paulo: Brasiliense, 1989.

    COSTA, Leonardo Figueiredo. Uma reflexão sobre as políticas públicas e a questão da formação na área cultural. In: ENCONTRO DE ESTUDOS MULTIDISCIPLINARES EM CULTURA – ENECULT, 4., Salvador, BA, Anais eletrônicos... Salvador: UFBA, 2008. Disponível em: http://www.cult.ufba.br/enecult2008/14567.pdf. Acesso em: mar. 2012.

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